Falar em línguas ou orar em línguas, também conhecido como glossolalia, é um dom espiritual mencionado na Bíblia, particularmente no Novo Testamento, e é considerado por muitos cristãos como uma manifestação do Espírito Santo. Essa prática, amplamente vivenciada em igrejas pentecostais e carismáticas, envolve a capacidade sobrenatural de falar em uma língua desconhecida, seja ela um idioma humano ou uma linguagem celestial.
A Origem Bíblica de Falar Línguas Estranhas
O fenômeno de falar em línguas é descrito pela primeira vez no Dia de Pentecostes (Atos 2:4), quando os apóstolos, cheios do Espírito Santo, começaram a falar em línguas que eram compreendidas por pessoas de várias nações presentes em Jerusalém. Esse evento foi um marco na propagação do Evangelho, demonstrando o poder e a universalidade da mensagem cristã.
Além disso, o apóstolo Paulo aborda o dom de línguas em detalhes em 1 Coríntios 12-14, destacando dois tipos principais:
1.Línguas conhecidas: Idiomas humanos falados por quem não os aprendeu, como no Pentecostes.
2.Línguas espirituais: Uma linguagem misteriosa, destinada a Deus, que edifica a pessoa que ora (1 Coríntios 14:2-4).
O Propósito de Falar em Línguas
O dom de línguas tem finalidades específicas dentro da fé cristã:
• Adoração e oração: Permite ao crente expressar-se de maneira profunda e espiritual, conectando-se com Deus em um nível pessoal.
• Sinal para os incrédulos: No contexto de Atos 2, as línguas serviram como prova do poder de Deus para pessoas que não falavam a mesma língua.
• Edificação pessoal e coletiva: Enquanto a oração em línguas edifica o indivíduo, a interpretação das línguas pode edificar a igreja, quando utilizada de maneira ordenada (1 Coríntios 14:27-28).
Orando em Línguas: Saiba como
Falar em línguas ou orar em línguas é considerado um dom sobrenatural que ocorre pela capacitação do Espírito Santo. A pessoa que fala em línguas geralmente não compreende o que está dizendo, pois é o Espírito que intercede através dela (Romanos 8:26).
Em contextos públicos, Paulo ensina que deve haver alguém com o dom de interpretação para que o conteúdo seja compreendido e beneficie toda a congregação.
Paulo orienta sobre o uso dos dons espirituais (1 Coríntios 14:27-28), especialmente o dom de línguas, no contexto de cultos públicos. Ele destaca a importância de ordem e clareza no uso desses dons para que a congregação seja edificada:
1. Limite de pessoas: No máximo dois ou três podem falar em línguas em um culto.
2. Com ordem: Devem falar um de cada vez, não simultaneamente.
3. Interpretação: Deve haver alguém com o dom de interpretar as línguas para que a mensagem seja compreendida e edifique os presentes.
4. Se não houver intérprete: A pessoa que fala em línguas deve orar em silêncio, entre ela e Deus, sem causar confusão na congregação.
Prática nas Igrejas
Nas igrejas pentecostais e carismáticas, falar em línguas é frequentemente visto como evidência do batismo no Espírito Santo. Essa prática é encorajada como uma forma de oração e adoração, mas é acompanhada de orientações bíblicas para evitar desordem nos cultos (1 Coríntios 14:33).
Falar em línguas é uma experiência espiritual profunda e um presente concedido pelo Espírito Santo para edificação pessoal e coletiva. Para muitos cristãos, representa uma conexão direta com Deus e um sinal da presença ativa do Espírito Santo em suas vidas. Contudo, como ensina a Bíblia, deve ser exercido com reverência, ordem e com o propósito de glorificar a Deus e edificar a igreja.
Exemplo de Oração em Línguas
Uma oração em línguas, por sua própria natureza, não segue uma estrutura fixa ou compreensível, pois é inspirada pelo Espírito Santo e é uma linguagem espiritual. Segundo a teologia cristã pentecostal, quem ora em línguas não entende o que está dizendo, a menos que Deus conceda o dom de interpretação (1 Coríntios 14:2, 13). Por isso, é difícil dar um “exemplo” específico de oração em línguas, já que as palavras não pertencem a um idioma humano reconhecido.
O que se sabe sobre orar em línguas?
•Espontaneidade: A oração em línguas ocorre espontaneamente, guiada pelo Espírito Santo. Não é algo que pode ser premeditado ou ensaiado.
•Edificação espiritual: É uma forma de comunicação entre o crente e Deus, edificando a alma e o espírito.
•Mistério Divino: Paulo diz que quem ora em línguas “fala mistérios com Deus” (1 Coríntios 14:2).
Exemplo Prático
Se você já presenciou uma oração em línguas em um culto pentecostal, ela pode soar como uma sequência de sons ou palavras que não fazem parte de uma língua conhecida, como:
“Sharalama tora bakaya, hintorolo shilamanda, ekarabba sondoria…”
Essas frases são exemplos estilizados e genéricos, criados apenas para ilustrar a maneira como as orações em línguas soam. O objetivo não é compreender o conteúdo das palavras, mas sentir a conexão espiritual com Deus.
Importante:
O foco não está na forma ou nas palavras específicas, mas na submissão do crente ao Espírito Santo, que capacita a oração. Além disso, o uso do dom de línguas deve ser acompanhado de ordem e discernimento, especialmente em um contexto coletivo, conforme ensinado em 1 Coríntios 14:27-28.
Se você busca uma experiência pessoal com o Espírito Santo, é aconselhável orar pedindo a direção de Deus e, se possível, conversar com um líder espiritual em sua igreja para obter orientação e apoio.
Onde está na Bíblia sobre Falar em Línguas
O amor é a base para o uso correto de todos os dons, e a profecia é destacada como o mais edificante em um contexto comunitário.
Estes capítulos ensinam que os dons espirituais, incluindo o dom de línguas, são dados para a edificação da igreja e devem ser usados com amor, ordem e propósito:
• Resumo de 1 Coríntios 12-14
Capítulo 12: Os Dons Espirituais e a Unidade do Corpo
•Paulo apresenta a diversidade dos dons espirituais e a importância de cada um para a edificação da igreja, enfatizando que todos vêm do mesmo Espírito. Ele compara a igreja a um corpo, onde cada membro tem uma função única e essencial.
Versículo-chave:
“Ora, os dons são diversos, mas o Espírito é o mesmo.” (1 Coríntios 12:4)
•Entre os dons mencionados estão: sabedoria, conhecimento, fé, cura, operação de milagres, profecia, discernimento de espíritos, línguas e interpretação de línguas (12:8-10).
Versículo-chave:
“Ora, vós sois o corpo de Cristo, e individualmente seus membros.” (1 Coríntios 12:27)
Capítulo 13: O Amor como o Maior Dom
Paulo fala sobre o amor como o dom supremo que dá sentido a todos os outros dons. Ele enfatiza que, sem amor, mesmo os dons mais impressionantes, como falar em línguas, nada significam.
Versículo-chave:
“Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o sino que ressoa ou como o prato que retine.” (1 Coríntios 13:1)
Ele descreve as características do amor e afirma que ele nunca falha, enquanto os dons espirituais são temporários.
Versículo-chave:
“Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três, mas o maior deles é o amor.” (1 Coríntios 13:13)
Capítulo 14: A Ordem no Uso dos Dons Espirituais
Paulo ensina sobre a aplicação prática dos dons espirituais, com ênfase especial no dom de línguas e no dom de profecia. Ele explica que a profecia edifica a igreja de forma mais clara, enquanto falar em línguas edifica a si mesmo, a menos que haja interpretação.
Versículo-chave:
“Porque quem fala em língua não fala aos homens, mas a Deus. De fato, ninguém o entende; em espírito fala mistérios.” (1 Coríntios 14:2)
Ele orienta sobre o uso dos dons nos cultos, para que tudo aconteça com ordem e para a edificação da igreja.
Versículo-chave:
“Pois Deus não é Deus de desordem, mas de paz.” (1 Coríntios 14:33)
Paulo também estipula que, no máximo, duas ou três pessoas podem falar em línguas por vez, e somente se houver alguém para interpretar. Caso contrário, devem orar em silêncio.
Versículos-chave:
“Se, porém, alguém falar em língua, devem falar dois, no máximo três, e cada um por sua vez, e haja quem interprete. Mas, se não houver intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus.” (1 Coríntios 14:27-28)