História de José do Egito – Sonhos Proféticos e Traição (Parte I)

A história de José do Egito, descrita nos capítulos 37 a 50 do livro de Gênesis da Bíblia Sagrada, é uma das mais interessantes e emblemáticas do Antigo Testamento, .

José era o filho favorito de Jacó, o mais novo de seus 12 filhos. Devido à sua relação especial com Jacó, ao manto de muitos núcleos que ganharam do pai e aos seus sonhos proféticos, José despertou ciúmes e inveja em seus irmãos mais velhos.

 

Os Sonhos Proféticos de José do Egito

José teve dois sonhos profissionais importantes que desempenharam um papel crucial na sua história e na narrativa bíblica. Os sonhos de José não apenas o destacaram entre seus irmãos, mas também prenunciaram acontecimentos futuros que se refletiriam em sua vida e na vida de sua família.

 

O sonho dos feixes de trigo do José do Egito
Seu feixe se manifestou e os feixes dos irmãos se curvaram diante dele.

O Sonho dos Feixes de Trigo

O primeiro sonho de José envolvia feixes de trigo no campo. Ele relatou aos seus irmãos e ao seu pai que, enquanto estavam amarrando feixes de trigo, seu feixe se manifestou e os feixes dos irmãos se curvaram diante dele. Esse sonho simbolizava o domínio de José sobre seus irmãos, um sinal de sua futura autoridade e liderança.

O Sonho do Sol, a Lua e as Onze Estrelas

O segundo sonho de José envolve o sol, a lua e onze estrelas se curvam diante dele. Neste sonho, José relatou que o sol e a lua, representando seus pais, Jacó e Raquel, e onze estrelas, representando seus irmãos, se curvavam diante dele. Esse sonho reforçava a ideia de que José teria um papel de destaque e liderança sobre sua família.

Esses sonhos proféticos de José despertaram a inveja e a ira de seus irmãos, que já sentiram ressentimento por causa do favoritismo de seu pai por José. Os sonhos de José escrevem um papel crucial na trajetória de sua vida, levado à sua venda como escravo e, eventualmente, ao cumprimento das profecias contidas neles.

 

A Túnica Colorida de José

José do Egito recebeu uma túnica especial de seu pai, Jacó, que o distinguia de seus irmãos e simbolizava o favoritismo de Jacó por José. Essa túnica é frequentemente descrita como sendo de “muitas cores” ou “rica em mangas”, trazendo sua natureza especial e ornamentada.

A túnica tornou-se um ponto central de discórdia entre José e seus irmãos, acrescentando combustível à inveja e ressentimento que eles sentiam em relação a ele. O presente da túnica foi um gesto de afeto e preferência por parte de Jacó, talvez em reconhecimento aos dons e qualidades únicas de José.

No entanto, o uso da túnica especial por José era mais do que apenas um símbolo de favoritismo; reflexão a posição especial que ele ocupava no coração de seu pai. Alguns estudiosos da Bíblia acreditam que o presente poderia significar para seus irmãos que Jacó, seu pai, estava passando por José a liderança da família.

 

A Traição dos Irmãos de José

A traição dos irmãos de José é um episódio significativo na narrativa bíblica que se desenrola em Gênesis, capítulo 37. A trama de traição começa com José sendo enviado por seu pai, Jacó, para verificar se estava tudo bem com os irmãos que pastoreavam os rebanhos longe de casa. Quando José se aproxima, seus irmãos, alimentados pela inveja e pelo ressentimento, tramam sua destruição.

A traição dos irmãos de José do Egito
Os irmãos de José o vendem como escravo para mercadores ismaelitas.

Os irmãos de José elaboraram um plano. Inicialmente, cogitaram matá-lo, mas, influenciados por Rúben, reagiram lançando-o num poço vazio. Posteriormente, ao avistarem mercadores ismaelitas, optaram por vendê-lo como escravo.

Para encobrir o crime, mergulharam a túnica especial de José no sangue de um animal selvagem, enganando Jacó, seu pai, fazendo-o acreditar na falsa morte de José. Essa trama traiçoeira e desonesta revelou o lado sombrio da relação entre os irmãos, resultando em consequências impactantes para toda a família de Jacó.


História de José do Egito – Sonhos Proféticos e Traição (a história explicada)

A inveja e o ressentimento dos irmãos de José acabaram desencadeando uma série de acontecimentos que moldaram o destino de José e sua família. Mas, afinal, quem eram os irmãos de José?

 

Os irmãos de José

José, do Antigo Testamento, era um dos doze filhos de Jacó. Ele tinha onze irmãos, filhos de Jacó com suas diferentes esposas e servas. Esses eram os onze irmãos de José, cada um com características individuais e papéis na narrativa bíblica envolvendo José e sua família. A seguir está uma breve descrição de cada um dos onze irmãos de José:

1. Ruben

Era o filho mais velho de Jacó e Lia. Ele tentou proteger José dos planos dos outros irmãos de o matar e sugeriu que o jogassem em um poço.

2. Simeão

Irmão de José por parte de Lia. Foi um dos irmãos que conspirou para matar José e acabou sendo um dos que o venderam como escravo.

3. Levi

Também filho de Lia, era um dos irmãos de José envolvido no plano de venda-lo como escravo.

4. Judá

Outro filho de Lia, Judá foi um dos irmãos que sugeriu a venda de José em vez de matá-lo. Mais tarde, ele teve um papel significativo na história de José.

5. Dã

Filho de Bila. Dã era um dos irmãos mais novos de José.

6. Naftali

Também filho de Bila, Naftali era outro dos irmãos mais novos de José.

7. Gade

Filho de Zilpa. Gade era um dos mais jovens entre os irmãos de José.

8. Áser

Outro filho de Zilpa, Aser era um dos irmãos que se uniu aos outros na conspiração contra José.

9. Issacar

Filho de Lia. Issacar era um dos irmãos de José que se envolveu nos planos contra ele.

10. Zebulom

Outro filho de Lia, Zebulom também fez parte da trama contra José.

11. Benjamim

Benjamim era o irmão mais novo de José e também era filho de Raquel.

Mais tarde, os irmãos de José do Egito se tornarão os patriarcas das 12 tribos de Israel.

 

Um motivo, possível, da preferência de Jacó pelo seu filho José

O relacionamento de Jacó com Raquel e o nascimento de José podem ter influenciado uma ligação especial entre Jacó e José, levando-o a tratá-lo de forma diferenciada em comparação com seus outros filhos. O favoritismo de Jacó por José, incluindo presentes especiais como a túnica de muitos núcleos, pode refletir o profundo afeto de Jacó por seu filho mais novo e por sua amada Raquel.

 

A poligamia de Jacó

Na época de Jacó, a prática da poligamia era comum e aceitável. Na cultura e sociedade do mundo antigo, a poligamia era uma prática amplamente difundida entre várias culturas e povos. Jacó, assim como muitos outros personagens do Antigo Testamento, como Abraão e Davi, tinha múltiplas esposas e concubinas de acordo com as trajetórias da época.

Jacó se casou com Lia e Raquel , que eram irmãs, e também teve filhos com suas servas, Zilpa e Bila . Essa prática refletia a estrutura familiar e social da época, na qual os homens frequentemente tinham muitas esposas e várias concubinas.

Embora a poligamia fosse tolerada e comum até na sociedade antiga, é importante observar que a Bíblia também relata as muitas complicações e conflitos que surgiram dentro das famílias poligâmicas, como ciúmes entre as esposas e rivalidades entre os filhos. Essas narrativas servem como exemplos das consequências negativas relacionadas à prática da poligamia, mesmo que fossem socialmente aceitas naquela época.

 

Quem eram os mercadores ismaelitas que tiveram José

Os mercadores ismaelitas eram um grupo de comerciantes nômades que habitavam a região da península arábica e eram descendentes de Ismael, filho de Abraão com Hagar, sua serva. Na narrativa bíblica de José do Egito, os mercadores ismaelitas são considerados aqueles que adquiriram José dos seus irmãos e os levaram para o Egito para vendê-lo como escravo.

Os ismaelitas eram conhecidos por se envolverem no comércio de mercadorias, como especiarias, perfumes, incenso e outros bens, viajando pelas regiões do Oriente Médio e negociando em diferentes mercados. Sua presença como mercadores nômades era comum naquela época e desempenhava um papel crucial na economia e no comércio da região.

Na história de José do Egito, os mercadores ismaelitas desempenharam um papel importante ao adquirir José de seus irmãos e, inadvertidamente, levá-lo para o Egito, onde ele eventualmente subiria ao poder como governador. Esses comerciantes eram parte integrante da trama que contribuiu para José em sua jornada de prosperidade e redenção na história bíblica.

Continuação – Parte II –>

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